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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Minha experiencia com Ansiolíticos Benzodiazepínicos


Bem, como eu havia dito no post anterior eu tenho Síndrome do Panico desde Dezembro de 2015 e o primeiro contato que eu tive com ansiolíticos foi com o Clonazepam ( Rivotril) que foi  o primeiro ansiolítico que eu tomei até sem saber que era ansiolítico no momento da crise ansiosa ( achei que fosse calmante como todos falam, algo do tipo maracujina ou coisa do tipo). Rivotril é um medicamento muito popular no Brasil e alguns chamam até de pilula da felicidade por ter o seu efeito ''calmante'' que te deixa bem relaxado  e tranquilo. Graças a Deus eu só tomei esse Rivotril uma única vez que foi no dia que passei mal e pedi o tal calmante que a minha tia usa e só depois vim saber que era Rivotril . Eu tinha um certo preconceito com medicamentos tarja preta pois como ele popularmente é conhecido são direcionados para pessoas com problemas mentais ou coisa do tipo e eu não queria tomar aquele tipo de medicamento por que era medicamento de '' doido'' quando na verdade não é bem assim que as coisas funcionam. Sim, o Rivotril é usado para pessoas com problemas sérios mentais como também é usado para coisas mais brandas e tomar ele não faz de você um louco então pode tirar isso da cabeça. Ele também é usado para crises de ansiedade em geral e sim Síndrome do Panico é um distúrbio ansioso desencadeado de algum trauma ocorrido na sua vida como acumulo de estresse entre outros fatores. Ao fazer a primeira consulta com o clinico de emergência foi me receitado o medicamento Bromazepam ou FluxStar SR 3mg. O Bromazepam é um ansiolítico na classe dos  benzodiazepínicos que agem diretamente com o nosso sistema nervoso central inibindo a nossa percepção da dor e do perigo alem da sua função indutora de sono. Basicamente ele te acalma nas crises de Panico e não deixa você entrar naquele estado de alerta e medo constante. Enfim, eu demorei mais ou menos 2 semanas para em fim me render ao Bromazepam o tal temido tarja preta. Tentei segurar a onda mais realmente não estava dando para segurar pois não dormia direito, o medo dos batimentos do meu coração era constante ao deitar e ai vinham os pensamentos de que a qualquer momento algo poderia acontecer e ele poderia entrar naquela maratona indesejada que é a aceleração brusca que eu tive apenas uma vez mas que jamais esquecerei e jamais quero sentir novamente. Passei a tomar o medicamento antes de dormir e desde de o dia que eu tomei eu não senti mais o medo de dormir, mas isso não foi por muito tempo. Até esse momento eu não sabia oque eu tinha, para mim era algo passageiro e que aquele medicamento seria coisa de 1 ou 2 semanas. Os sintomas foram mudando com o passar do tempo e o medo do medo me consumia. Voltei ao trabalho e estava indo tudo bem desde que eu tomasse o Bromazepam antes de dormir  e eu conseguia trabalhar normalmente durante o dia até que eu fiquei gripada e com o nariz entupido mas mesmo assim fui trabalhar e ao chegar ao trabalho já levava comigo o meu salvador remédio para um caso eventual de eu vir a passar mal novamente. Agora o medo não era só na hora de dormir, eu passei a ter medo de passar mal na rua , no trabalho e não ter um socorro rápido.Os sintomas já tinham mudado e eu tinha um frio na barriga e em seguida ficava gelada com medo e tinha sensação de desmaio e sufocamento. Na minha primeira crise e única crise no trabalho eu estava bem e de repente começou tudo novamente, eu estava com nariz entupido e coloquei Rinosoro para desentupir as vias respiratórias porque estava com a sensação de que não estava respirando a quantidade de ar necessária para o meu corpo, me sentia sufocada. Ao colocar o medicamento nas narinas senti o medicamento descer pelas minhas narinas e isso me deu medo e ai começou o frio na barriga e eu tentei disfarçar aquela situação desagradável, eu não queria que as pessoas vissem que eu estava tendo uma crise de panico ou algo do tipo então eu levantei e fui para o refeitório e bebi um copo D'Água e comecei a falar comigo mesma em pensamento  - Você esta bem Stefany, você não vai desmaiar e nada ira acontecer, mantenha a calma. Parece estranho falar que eu falava comigo mesma porem era necessário você pelo menos tentar fazer com que o seu cérebro entenda que não a nenhuma situação de risco eminente e que ele pode parar com o alerta vermelho, porem no inicio é muito difícil você conseguir um resultado satisfatório, principalmente no meu casa que eu nem sabia oque eu tinha e oque eu sabia era em base de pesquisas na internet. Bom, encurtando a historia, a conversa comigo mesma não deu certo e eu fiquei mais desesperada achando que iria passar mal e que eu estava no 5 andar de um prédio sem familiares e que os hospitais no Rio de Janeiro estavam em crise ( os públicos)  e o meu convenio hospitalar da empresa não estava pronto e blá blá blá. Os pensamentos são vários e eu decidi me render e dizer para minha supervisora que eu estava passando mal. Descemos o elevador até a enfermaria para ela solicitar a minha retirada da empresa para um centro hospitalar. Solicitei para a mesma a autorização para um amiga minha ir comigo pois eu não estava bem para ir sozinha. Demorou mais ou menos 30 minutos para eles conseguirem a liberação e chamaram um Taxi para me levar ate um hospital.  Como não havia nenhum hospital publico atendendo e eu estava com pressa de atendimento eu tive que pagar muito caro para um clinico particular em um Hospital  Badim na tijuca . Chegando no hospital o medico me cobrou 350 reais para apenas medir minha pressão e dizer que fisicamente eu estava bem e que não teria como me ajudar pois meus sinais vitais estavam normais e que eu deveria procurar um psicologo e um psiquiatra pois os sintomas podem ser gerados por ansiedade e por conta do maldito Sineflex que eu tomei para emagrecer. Voltei pra casa chateada e com a sensação de ter sido assaltada por uma clinica medica rsrsrs mas é o preço que se paga não é mesmo ?
Como era final de ano eu não encontrei nenhum psicologo ou psiquiatra disponível para me atender no mesmo mês, então continuei a minha vida apenas com o Bromazepam. Tentava parar com o medicamentos achando que estava bem porem passava 2 dias sem e eu passava mal novamente e voltava para ele. Se passaram 2 meses e eu ainda com o problema e tomando o Bromazepam e quando ele acaba eu tinha que ficar que nem doida atras de um medico para me dar a receita para eu conseguir comprar o mesmo pois medicamentos controlados exigem a receita medica e como eu não tinha um psiquiatra ate o momento, eu ficava contando com a boa vontade dos clínicos que não tem obrigação de me passar esse tipo de medicamento porem alguns passavam sem problema. Passaram mais tempo e eu estava ''bem''com o bromazepam com algumas restrições eu conseguia viver apenas com esse medicamento porem ele passou a me dar insonia, eu não dormia mais como eu dormia antes quando iniciei o tratamento com ele e ele não estava mais servindo para mim pois mesmo com ele eu tinha medo dos batimentos do meu coração e com isso não conseguia dormir e não conseguia mais ir trabalhar cedo  pois não dormia durante a noite e quando eu conseguia dormir já eram 4 ou 5 da manhã e eu tinha que acordar 6 para ir trabalhar.  Por ter tantas faltas injustificadas no trabalho eu já não recebia nenhum centavo do salario e por um milagre eles não me mandaram embora. No total eram 27 faltas no mês. Eu até tentava ir de vez em quando porem não conseguia ir sempre e a empresa já estava me sinalizando e me perguntando o porque de tantas faltas injustificadas. Expliquei que eu não tinha como colocar atestado porque os médicos não me davam pois alegavam que não era o tipo de atendimento para eles e que eu deveria ir ao psiquiatra porque só ele poderia me passar o medicamento e me dar um laudo do que eu tenho. A empresa me mudou de horário e agora eu ia trabalhar a tarde e voltada as 22:00 da noite . Consegui ir durante 2 semanas ate que veio mais um sintoma.Agora alem do frio na barriga e sensação de desmaio, medo constante, eu tinha dor de barriga e as vezes dormência no rosto e foi ai que eu decidi que não iria mais trabalhar porque não estava dando mais para ir. Por minha sorte já era Março de 2016 e o meu convenio estava pronto e disponível para uso e eu finalmente consegui uma consulta com o Psiquiatra. Explicarei mais sobre a consulta no próximo post para não ficar tão grande e maçante de se ler este aqui. Beijos e força para todos!

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