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sábado, 18 de junho de 2016

Sentindo-se incapaz








No post de hoje eu irei contar para vocês sobre alguns momentos em especial em que a Síndrome do Panico me deu a sensação de incapacidade . Como todos sabem a Síndrome do Panico nos faz achar que estamos em alerta o tempo todo e parece que começamos enxergar o perigo nas coisas normais da vida. Eu sempre fui uma pessoa que nunca teve medo de nada então se achar com esse sentimento foi e é simplesmente horrível para mim. Mesmo com Síndrome do Panico e com aqueles pensamentos e sensações que só quem tem isso pode saber,eu lutava contra isso sempre e pensava comigo mesma - Stefany relaxa que nada de ruim ira acontecer. Tinha dias que eu acordava com a certeza de que eu iria morrer,era uma sensação horrível e eu procurava lidar com isso da melhor forma possível mas é claro que por dentro eu me sentia muito triste . Quando eu descobri que estava com Síndrome do Panico foi horrível para mim pois eu sempre fui uma pessoa de ir para onde tinha vontade,de viver a vida intensamente e tinha planos de viajar para outro País e conhecer o mundo todo se possível,sem freios sem dor de cabeça ou ''cordas'' me prendendo e a Síndrome do Panico foi como uma grade me privando de respirar aliviada de fazer as coisas que eu gostava e de poder ser livre e feliz . Eu não podia e não posso mais beber nenhum tipo de bebida Alcoólica e tinha que evitar cafeina no inicio do tratamento.Hoje posso tomar café se eu quiser ou Coca- Cola e coisas do tipo, não muito pois a cafeina ela age diretamente no nosso Sistema Nervoso Central e também aumenta os batimentos cardíacos fazendo com que seu corpo trabalhe mais e produz a dilatação dos vasos periféricos do nosso corpo. Então como eu tinha adquirido problemas ansiosos por conta do medicamento Sineflex que tinha uma dose muito grande de Cafeina em sua capsula, meu medico pediu para evitar a cafeina pois ela da o resultado contrario dos ansiolíticos. Não poder beber Álcool para mim também foi uma coisa chata até porque em reunião com amigos e festas sempre rola uma cerveja, vinho ou algo do tipo e eu tinha que ficar no suquinho ou refrigerante e muitas vezes nem isso. Como o meu problema se iniciou em Dezembro, eu passei meu ano novo sem nem poder brindar com um Sidra e via todo mundo bebendo e fazendo oque queria e eu mal podia pular sem ter que me conter por conta dos batimentos do coração que me incomodava . Era uma tristeza grande você se ver presa por um tempo indeterminado e sem saber um jeito de parar aquilo que te faz mal. Era e é uma luta diária mas hoje com menos intensidade, hoje posso dizer que estou 99% bem, não falo 100% porque ainda tomo medicação então no dia que eu me ver sem medicação eu vou gritar os 100% pode ter certeza. Alem da cafeina, Álcool, e fazer coisas que tivesse esforço físico, eu me via presa a medicação e eu não estava acostumada com isso porque como eu já disse, raramente eu tomava um dipirona pra dor de cabeça e nunca tive nenhuma doença para ter que tomar remédios todos os dias e ainda andar com remédio para uma eventualidade. Era horrível quando alguém me chamava para sair e eu não podia ir porque tinha medo e vergonha de passar mal na frente de alguém ou de algum garoto. Maioria dos meus dias eram dentro de casa e quando saia era com amigos que sabiam que eu tinha aquilo ou um garoto que também sabia que eu tinha isso e que não iria me julgar se eu do nada passar mal na rua ou em qualquer lugar. Depois de um tempo eu fui me acostumando e passei a ir sozinha nos lugares a pegar ônibus e metro sem problemas,ir ao Shopping e etc mas mesmo assim com o remédio na bolsa e uma garrafinha de água guardada ou na mão, SEMPRE. Teve um episodio que eu realmente me senti muito incapaz e eu vou compartilhar com vocês, foi um dia em que fui com minha irmã menor no Cinema assistir Dead Pool. Fomos ao Shopping e eu estava bem, claro, com o medicamento no bolso para caso eu passasse mal, mas estava bem :)

Então fomos passear e comprar algo para comer e depois me direcionei a fila do cinema e o local estava muito cheio e varias pessoas falando ao mesmo tempo e aquilo estava me deixando nervosa . Antes disso na fila do McDonald eu senti um frio na barriga e os pés gelaram, mas eu preferi tirar da cabeça e não dar muita atenção e continuei o meu passeio tranquila mas com aquela sementinha crescendo lá que era a sensação ruim que tinha sentido. Voltando a parte em que eu estava na fila do cinema para entrar na sala, eu realmente comecei a sentir tudo de novo, frio na barriga, os pés gelaram e medo de passar mal em publico e ainda com minha irmã menor sobre a minha responsabilidade. Sentei no banquinho e pedi para ela comprar pipoca e ela não desconfiou que eu passava estava me sentindo mal e eu não queria demonstrar aquilo, esperava que eu conseguisse fazer parar como antes, mas me enganei. Ela voltou com a pipoca e eu provei um pouco da pipoca e logo passou na minha cabeça que a pipoca estava muito salgada e que isso iria fazer minha pressão arterial subir e passar mal ( olha que coisa bizarra de se contar) e então eu disfarcei e não comi a pipoca e deixei na mão da minha irmã. Sem ela perceber peguei o comprimido no bolso ( ansiolítico) e tomei e continuei tentando manter a calma para que ela não percebesse que eu não estava bem. Entramos e encontramos os nossos acentos e o filme começou, não demorei 3 minutos sentada e levantei dizendo que iria ao banheiro. Sai meio tonta da sala de cinema e fui em direção ao banheiro, no caminho do banheiro eu tinha certeza de que iria desmaiar pois essa era a sensação que eu tinha. Os pés frios e suando eu entrei no banheiro,sentei e fiquei tentando manter a calma e respirar fundo só que não estava surtindo efeito porque minha cabeça estava focada em que eu estava longe de casa com minha irmã menor de idade e que se eu passasse mal ela iria ficar sozinha. Mesmo assim tentei respirar fundo e conversar comigo mesma e dizer que estava tudo bem e que nada de ruim iria acontecer e que eu iria voltar e entrar na sala do cinema e assistir meu filme tranquilamente. Levantei,lavei as mãos e o rosto e voltei. Sentei, peguei um chiclete e comecei a mascar e minha irmã perguntou porque demorei e eu disse que o banheiro estava muito cheio ( mentira ). Mais 3 min e eu ainda estava passando mal e eu percebi que o Alprazolam que tomei não fez efeito porque ainda estava passando mal e ele não tinha feito o efeito ainda e aquele pensamento me fez lembrar que já que ele não tinha feito efeito eu poderia piorar mais e mais ali. Não consegui segurar a mascara e falei para minha irmã que não estava me sentindo bem e que estava indo para o banheiro e que se alguma coisa acontecesse ou eu demorar muito que ela fosse la que eu estaria la . Fui para o banheiro tremendo e fria , meu corpo estava tenso e o medo tomando conta de mim, entrei e sentei e senti dor de barriga e fiquei la passando mal e orando a Deus para nada pior acontecer porque eu tinha que tomar conta da minha irmã e teria que voltar para casa com ela e ao mesmo tempo me sentindo um lixo por não ser capaz de ir ao cinema sem passar mal. Fiquei la sem saber oque fazer e desesperada me ajoelhei no chão do banheiro e comecei a implorar a Deus que ele parasse aquela sensação em mim e que me desse forças para eu pelo menos conseguir chegar em casa a salva. O choro era livre e sem saber mais oque fazer peguei meu celular e liguei para o meu irmão que estava no trabalho e disse a ele oque estava acontecendo e pedi para ele não desligar e ficar comigo conversando comigo ou ir me buscar porem ele estava em outra cidade no trabalho e não iria conseguir chegar a tempo ainda mais com o transito do Rio de Janeiro naquele horário. Sem saída eu criei coragem e sai do banheiro com meu irmão ao telefone, tudo oque eu pedia era pra ele não desligar e continuar falando comigo porque assim meu cérebro iria se direcionar para algo que não fosse o Panico e eu iria ficar melhor e foi dito e feito, ele continuou conversando comigo e eu fui com o telefone no ouvido ate a sala do cinema e acenei para minha irmã que estava lá vendo o filme e disse - Vamos embora, pega suas coisas que eu não estou me sentindo bem e preciso ir para casa. Ela pegou tudo prontamente e eu peguei um táxi para casa ( coisa que não era necessário pois dava para ir andando porem meu medo de passar mal na rua me dizia para eu não arriscar ). Cheguei em casa e fui direto pro banheiro chorar , chorei muito esse dia e o sentimento de incapacidade acabava comigo e eu não queria aceitar aquilo que eu estava vivendo . Essa foi a primeira e ultima vez que eu passei mal na rua com Síndrome do Panico.

2 comentários:

  1. Você está ajudando as pessoas que passam por esta situação, é admirável quebrar o protocolo e colocar a cara a tapa. Abs

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    1. Muito obrigada pela compreençao . Temos que encarar nossos medos e tentar ajudar uns aos outros. Esse é o meu dilema.

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